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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Departamento de Geografia
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Universidade de São Paulo
                                    


Aline Silva Barros - N°USP 6474240
Angelo Antônio Tonelli Távora - N°USP 6561140
Gabriel de Oliveira Sousa - N°USP 6519357
Lívia Ballot de Miranda - N°USP 7125728

  
Blog inicialmente elaborado como trabalho semestral para a disciplina FLG564 Geografia do Turismo, ministrada pela Profª Drª Regina Almeida Araújo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Patrimônios e Tombamentos

(adaptado por Gabriel Sousa)

Berço da Independência do Brasil, o Ipiranga já pode ser considerado um Museu a céu aberto. Referência histórica da Cidade de São Paulo, o bairro agora conta 12 construções centenárias tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) desde o dia 8 de maio de 2.007. A decisão reconhece o valor histórico, arquitetônico, paisagístico e urbanístico dos imóveis, que fizeram parte da herança do Conde José Vicente de Azevedo (1.859 / 1.944). Ele chegou a capital aos 16 anos e trouxe um sonho: amparar as crianças desvalidas.

Nos últimos anos do Império adquiriu uma grande gleba de terras na Colina do Ipiranga, sítio histórico da Independência. Em análise desde 1993, os imóveis fazem parte da herança do Conde que, no começo do século passado, tinha entre seus bens 45 alqueires de terras no Ipiranga. Numa parte de seus domínios, ele construiu casas beneficentes, que atendiam a órfãos, doentes e cegos.

É o caso do Instituto Padre Chico que em 18 de fevereiro de 1928, recebeu a doação de um terno feito pelo Conde Dr. José Vicente de Azevedo no Ipiranga , onde já existia um Pavilhão com o nome de Dom Antonio de Alvarenga. Em 27 de maio de 1928 foi lançada a primeira pedra do novo estabelecimento e em 4 de novembro de 1929 lançou-se a primeira pedra da Igreja de Santana, oferecida por Dona Ana do Amaral Borges, onde guarda religiosamente os despojos mortais de Monsenhor Francisco de Paula Rodrigues (“Padre Chico”).

A direção do Instituto de Cegos “Padre Chico” foi entregue às filhas de caridade de São Vicente de Paula desde a sua fundação. A entidade proporciona hoje aos seus assistidos o verdadeiro amparo social e a assistência cristã, constituindo uma das mais belas e significativas obras de benemerência e filantropia da Capital.

Outros exemplos são o Instituto Cristóvão Colombo, de 1895, só para meninos. Ali estudaram filhos de imigrantes italianos, de onde saíram advogados, médicos e comerciantes que ajudaram posteriormente a construir o bairro e o Internato e Semi-Internato Nossa Senhora Auxiliadora, edificação projetada pelo escritório Ramos de Azevedo.

Foram tombados, também, o Educandário Sagrada Família, o Instituto Maria Imaculada, o Colégio São Francisco Xavier, a Clínica Infantil do Ipiranga, o Seminário João XXIII, o Antigo Noviciado Nossa Senhora das Graças, o Antigo Grupo Escolar São José, o Antigo Juvenato Santíssimo Sacramento-UNESP e o Seminário Central do Ipiranga.

Segundo o bisneto do Conde Carlos Eduardo Francischini essas instituições não teriam existido se o Conde, para tanto, não tivesse contribuído pelo menos com o terreno. Para algumas, contribuiu com muito mais. “Acredito que todos os descendentes do Conde José Vicente de Azevedo que, assim como eu, conhecem a sua história sentiram boa dose de emoção diante da notícia do tombamento, pelo Patrimônio Histórico, das construções que abrigam as obras relacionadas na Resolução do COMPRESP. A primeira de suas filhas, Maria Angelina, teve como sua primeira filha a minha mãe, Maria Thereza. Portanto, sou seu bisneto. As mencionadas obras já haviam sido denominadas por alguém como “Os 12 Tabernáculos do Ipiranga”, porque foram erguidas, todas para maior glória de Deus.

Já o vice-reitor administrativo da UNIFAI Prof. Osmar Garcia Stolagli, disse que é importante que transformações ocorram para melhoria do nosso bairro, sejam nos sistemas de transportes coletivos, em edificações, áreas de ensino e na necessária prestação de serviços em geral. “Tais fatos orgulham os ipiranguistas de nascimento e de coração. Porém jamais poderemos deixar de lado nossos laços históricos, tradições e tudo mais que os antepassados nos legaram. Assim é que, nos alegram as notícias de que o CONPRESP definiu os processos de tombamento de diversos edifícios de instituições que marcam positivamente setores da região, principalmente no entorno da Avenida Nazaré.

Convém lembrar também que essas intervenções, por vezes, causam problemas para as entidades impossibilitadas de expansão ou de não poderem arcar com investimentos de manutenção de suas propriedades, sem qualquer ajuda dos órgãos governamentais”, declara.

Confira a relação dos imóveis tombados:

-Instituto Padre Chico – Companhia das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo
-Educandário Sagrada Família – Congregação das Irmãzinhas de Imaculada Conceição
-Internato Nossa Senhora Auxiliadora
-Antigo Noviciado Nossa Senhora das Graças Irmãs Salesianas
-Antigo Grupo Escolar São José
-Instituto Cristóvão Colombo
-Seminário João XXIII
-Clinica Infantil do Ipiranga
-Seminário Central do Ipiranga
-Antigo Juvenato Santíssimo Sacramento
-Colégio São Francisco Xavier
-Instituto Maria Imaculada
-Palácio dos Cedros


Palácio dos Cedros



(artigo escrita pela jornalista Karla Peralto para o jornal Gazeta do Ipiranga – edição n° 2492 - página 4 – caderno A de 25/05/2007)
(texto em itálico extraído da Revista da Folha de 20 de maio de 2.007 – ano 16 edição 768)

Ipiranga Hoje: Transformações na paisagem

(por Lívia Miranda)

fonte: http://www.metrophotochallenge.com/br/photo/17949
Diferentemente do que ocorria em seus primórdios, o bairro do Ipiranga desde a década de 70 tem perdido suas indústrias que migraram para outras regiões de são paulo, e principalmente, para cidades próximas da capital. O comércio e os serviços foram aos poucos tomando espaço dessas áreas abandonadas. Contraditoriamente, ao mesmo tempo em que uma parte do distrito do Ipiranga recebe hoje grandes empreendimentos residenciais, se insere no mesmo distrito a Vila Heliópolis, que nos últimos anos passou por um processo de urbanização, mas já foi considerada a maior favela do Brasil. Heliópolis foi construída ilegalmente nas décadas de 60 e 70 em alguns terrenos baldios e algumas moradias de operários das fábricas, posteriormente, consolidou uma estrutura e se transformou em bairro, na região foram construídas moradias CDHU e da COHAB. Hoje o bairro Vila Heliópolis abriga aproximadamente 125.000 habitantes, e faz um grande constraste na paisagem do distrito, que possui ainda uma área residencial de casas antigas com ruas mais tranquilas com um ar de cidade do interior e  uma outra área residencial recente que tem sido verticalizada muito rapidamente com construção de condomínios de classe média alta.

fontes: http://www.encontraipiranga.com.br/ipiranga/historia-do-ipiranga.shtml
http://www.encontraipiranga.com.br/ipiranga/historia-do-ipiranga.shtml